AS DOZE ESCRAVAS VIRGENS
DA CIDADE PERDIDA DE NEBULON
Sinto sede de escrever
Por isso a minha missão
É escrever meus enredos
Usando o meu coração
Falando de amor ou dor
Da miséria ou de uma flor
Com a mesma inspiração
Divirto-me quando escrevo
Meus versos usando a rima
Porque em cada um encontro
Uma verdadeira obra prima
E quando escrevo careço
De algo forte pra um começo
Que ao meu coração anima
A história que vou contar
Tem amor, maldade e paixão
Pois fala de um ser malvado
Perverso e sem coração
Que pra fazer uma vingança
Deixou o mal como herança
Para uma pacata nação
Medelim era a capital
Do reino de Sol Dourado
Um lugar belo e cheio de vida
De um povo abençoado
Que viviam suas vidas
Para o aconchego da lida
Para serem bem tratados
O rei Sabino Ordeiro
Era um homem sem igual
Que mantinha os seus súditos
De forma universal
Sempre procurando uma maneira
Que fosse muito ordeira
Para livrar-lhe do mal
No entanto o mal é astuto
Sagaz e muito ordinário
E por ser permitido por Deus
Sabe usar bem seu rosário
Possui sempre um seguidor
Que a ele devota amor
E lhe edifica até um santuário
A rainha Nefrotit
Era a esposa ideal
Para o rei Sabino Ordeiro
E seu Serviço Social
Desempenhava com dedicação
Sempre pondo o coração
Longe da presença do mal
Tinham apenas uma filha
A princesa Mariana
Uma menina muito bela
Com os olhos de cigana
Era um sonho multicor
Cheia de vida e amor
Que das noites de lua emana
Aquela jovem princesa
Tinha o hálito da hortelã
A pele como a neve
Lábios como o vermelho da maçã
Parecendo uma escultura
Dessas que se transforma em aventura
Deitada em um divã
Tinha olhos como o jade
Cabelos loiros e escorridos
Nas noites de lua cheia
Poderia se ouvir o zumbido
Das asas de um beija-flor
Cantando a ela uma canção de amor
Com o seu jeito atrevido
Gostava muito de sua vida
Porque aos pobres ela era dada
E seguia sua mãe
Em muitas de suas jornadas
Para ajudar alguém em perigo
Que estivesse precisando de abrigo
Para sua alma penada
Era risonha e muito feliz
Porque sua vida de nobreza
Não corria nenhum perigo
Já que o palácio era uma fortaleza
No entanto ela estava predestinada
A seguir por uma estrada
Cheia de muitas incertezas
Porque um feiticeiro malvado
Perverso e sem coração
Iria transformar sua vida
Na mais negra escuridão
Obrigando-a se mexer
Para não vir a perecer
Nas amaras da escravidão
Mas vamos falar do feiticeiro
E do rei Sabino Ordeiro
Que sem compaixão lhe mandou
Pra morrer no cativeiro
Selando da filha a sorte
Pondo-a nas garras da morte
Que é um ser traiçoeiro
O feiticeiro Norak
Era um homem de confiança
Do rei Sabino Ordeiro
Mas tinha o mal como herança
E resolveu botar as asas pra fora
Se virando num caipora
Pra poder entrar na dança
Porque resolveu que o reino
Para si iria tomar
Então tratou de com cuidado
Um ato covarde tramar
No entanto foi descoberto
E num lugar muito deserto
Seus dias foram acabar
Porque o rei lhe mandou
Prender pra depois lhe executar
Mas de uma maldição
O rei não podia escapar
Que quem matasse o feiticeiro
Tornaria-se da sua maldade prisioneiro
Sem poder dela escapar
Pois o feiticeiro malvado
Com cuidado preparou
Um feitiço poderoso
E na família real jogou
Para depois da sua morte
O mal tomasse por suporte
O que a ele faltou
E para uma cidade perdida
O mal sem piedade levar
Todas as virgens do reino
E lá na mesma trancar
Como uma terrível vingança
Que quando entra na dança
Não para mais de dançar
A cidade era Nebulon
Que há muito tempo atrás
Fora vítima de ventos fortes
Seguida de temporais
Sendo em partes arrasada
Pela escuridão constante tomada
E envolvida por ramais
Era uma cidade bela
Antes de sua destruição
Cercada de muito verde
Cheia de muita unção
Só que agora estava abandonada
No fundo de uma valeta enterrada
Na maior assombração
Tinha altos arcos rústicos
Por pequenas gárgulas ornadas
Tendo nos sopés mais monstrinhos
Em estatuas transformados
Um buraco no telhado
Por onde os raios do sol dourado
Fazia-se iluminar
Aqueles monstrinhos petrificados
Estavam sob o poder
Do feiticeiro Norak
Que breve iria fazer
Dele todos os mandados
E mesmo depois dele enforcado
Continuava o seu dever
O velho feiticeiro com cuidado
Preparou bem aquele feitiço
E colocou naquela família
Colocando a princesa num enguiço
E assim poder se vingar
Pelo rei ter mandado lhe matar
E em sua maldade dado um sumiço
Quando a princesa completasse 15 anos
Ela iria sumir
Levada por aqueles monstrinhos
Para bem longe dali
Indo parar na cidade assombrada
Pela maldade do feiticeiro rodeada
De onde não se podia escapulir
Ela seria a primeira
Seguida depois por outras donzelas
Indo para aquela cidade
Cheia de dor e mazelas
Tirando a alegria
Pela qual tanto ela sorria
Com seus risos de aquarelas
Assim mesmo aconteceu
No dia do seu aniversário
A princesa desapareceu
Deixando apenas um rosário
Com o qual ela estava rezando
Pelas vidas dos pobres clamando
Como se faz num santuário
Na cidade de Nebulon
Apenas uma flor amarela
Que era um amuleto
Reluzido por uma aquarela
Poderia manter sua vida
Sem que pela morte fosse tragada
Caindo numa esparrela
De posse daquele amuleto
A princesa mantinha as vidas
Dela e das outras donzelas
Que como ela seriam raptadas
Porque os monstrinhos malvados
Manteriam-se petrificados
Naquela cidade perdida
Mas o mágico amuleto
Só tinha esse poder
Para a Mariana e as outras donzelas
Dos monstrinhos defender
Por isso sua salvação
Era de difícil acessão
Para quem tentasse algo fazer
Quando Mariana acordou
E se viu naquele lugar maldito
Começou logo a chorar
Pois seu medo foi esquisito
Mas ouviu alguém lhe dizer
Nada você pode fazer
Pois seu ato já foi descrito
Você agora é prisioneira
Não tem pra quem apelar
Olhe para todos os lados
O que está a te esperar
Se você tentar fugir
Sua carne vai servir
Para satanás almoçar
Olhes para a sua frente
Você vai ver um jardim
Com várias flores amarelas
Junto a um anjo querubim
Pegue pra você uma flor
E aqueça-a com o seu calor
E seu cheiro de jasmim
Essa flor num amuleto
Na hora vai se transformar
Guarde-o sempre consigo
Pra onde quer que você vá
Ele é sua salvação
É quem lhe dará proteção
Aqui nesse maldito lugar
Mariana foi ao jardim
E pegou a bela flor
Juntou ela ao seu colo
Aquecendo-a com seu calor
Ali no mesmo momento
Debaixo do firmamento
Num amuleto ela se transformou
No outro dia bem cedo
Mariana foi andar
Por aquela cidade fantasma
Tentando a saída encontrar
Ao chegar ao portão da cidade
Sentiu de perto a maldade
Pra dentro dela olhar
Outra vez a mesma voz
Soou pra ela dizendo
Você não pode sair daqui
Pois vai acabar morrendo
Porque o feiticeiro malvado
Tomou todos os cuidados
Da forma que você está vendo
Mariana olhou ao redor
E viu uma movimentação
Dos monstrinhos que estavam ali
E gelou seu coração
Ela que era muito risonha
Ficou ali bem tristonha
Chorando sua ilusão
No palácio o rei Sabino
Chorava pra se acabar
Vendo a rainha coitada
Querendo a própria vida tirar
Sem saber o que fazer
Para aquela situação reverter
Saindo daquela enrascada
A rainha dizia ao rei
Encontre uma solução
Quero ver minha filha de volta
No meio desse salão
Sorrido despreocupada
Longe da triste enrascada
Daquele feiticeiro do cão
Em outra parte do reino
Morava um jovem varão
Trabalhando com seu pai
Como um simples artesão
Para cuidar de sua mãe adorada
Aquela alma encantada
Que lhe dava muita atenção
O senhor Ramiro de Sá
Era um ótimo artesão
Que fabricava com cuidado
Armaduras para a proteção
Dos soldados daquele reinado
E tinha todos os cuidados
Com a sua profissão
Tinha um carinho pelo filho
Que era um jovem prendado
Alegre e cheio de vida
Polido e bem educado
Honesto e trabalhado
Um homem de muito valor
Pelos deuses estimados
E na profissão de artesão
Aquele jovem se desenvolveu
Como fabricar uma boa espada
Com cuidado ele aprendeu
Porque naquela profissão
Ele botava o coração
Que de bondade Deus encheu
Edvaldo Ramalhês de Sá
Tinha um sonho de criança
Conseguir ser um cavaleiro
Com a luz da esperança
Defender os necessitados
Que precisassem dos seus cuidados
E de sua força e bonança
Seu pai sempre lhe dizia
Para ele tomar cuidado
Porque o mal é astucioso
E nunca manda recados
E para pegar o bem
Usa tudo o que lhe convém
Pondo o mundo ao seu agrado
Mas o coração bondoso do rapaz
Com o bem iria se encontrar
Salvando a vida daquelas jovens
Para com Mariana se casar
Mudando a sua vida
Andando por uma estrada florida
Com alguém para lhe amar
Em seu exílio a pobre Mariana
Chorava pra se acabar
Vendo sua vida se esvair
E pelo ralo escoar
Na mais triste solidão
Sentindo seu coração
No peito querendo parar
No fim de cada mês uma jovem
Na cidade aparecia
Levada pelos monstrinhos
Que aquela maldade fazia
E a princesa coitada
Sem poder faze nada
Em lagrimas se esvaia
Sete jovens já estavam
Naquela cidade a sofrer
Longe de suas famílias
Vendo dos olhos escorrer
Suas lagrimas em cachoeira
Porque não era brincadeira
O que estava a acontecer
E todos os dias pais chorosos
No palácio real chegavam
E chorando por suas filhas
Ao rei Sabino rogavam
Que mandasse alguém ir procurar
Suas filhas e salvar
Porque não mais agüentavam
O rei vendo tudo aquilo
Mandou editar uma proclamação
Dizendo que pagaria
A quem tivesse opinião
Para salvar aquelas donzelas
Que caíram naquela esparrela
Por causa de sua boa ação
Disse ainda que além de dinheiro
Sem nenhum constrangimento
Daria a mão de sua filha
Em cerimônia de casamento
Fazendo do ousado um nobre
Cheio de ouro e cobre
Debaixo do firmamento
Muitos nobres se arriscaram
Obrar a bela façanha
De salvar a princesinha
Daquela teia de aranha
Mas caiam numa cilada
Tendo a carne estraçalhada
Por um cardume de piranhas
Cada dia que passava
Mais desespero e choradeira
Daquelas jovens em apuros
Que tinham em suas cabeceiras
Aqueles monstrinhos danados
Que por satanás eram liderados
Para rolarem na poeira
Certo dia o jovem Edvaldo
Viu em suas mãos chegar
A proclamação doa rei
Por ajuda a rogar
Dizendo que daria a mão
Da sua flor em botão
Para com o vitorioso se casar
Que aquele que tivesse a coragem
De quebrar aquela maldição
Salva a sua filha
E as outras jovens da prisão
Teria debaixo do firmamento
Sua mão em casamento
Numa bela comunhão
Edvaldo ficou eufórico
E ao pai foi correndo contar
Dizendo que aquela tarefa
Ele iria executar
Mesmo que pra sua má sorte
Ele se encontrasse com a morte
Pra seus sonhos assombrar
Pois havia chegado à hora
De ele obrar uma boa ação
Ir até onde Mariana
Precisava de salvação
Ou dar adeus a sua vida
Encontrando a saída
Para a sua ilusão
Seu pai lhe disse não posso
Fazer você esquecer
Dessa aventura louca
Que você vai empreender
Por isso preste atenção
Para minha explanação
E tudo o que vou lhe dizer
Aquele feiticeiro malvado
Pelo mundo ficou conhecido
Por seus feitos diabólicos
E por ser muito atrevido
Seus monstrinhos são feitos de magia
Por isso a luz do dia
Deixa os mesmos aturdidos
Entrou num quarto secreto
E uma armadura apanhou
Dando ao filho de presente
E dessa forma falou
Essa armadura é sagrada
Com os agrado dos Deuses abençoada
Dotada do bem e de amor
Essa espada de metal nobre
Pode até o aço cortar
Foi feita com muito carinho
Para o mal exterminar
Com ela em suas mãos
Nem mesmo o manhoso cão
Poderá lhe suportar
Tome mais esse anel mágico
Que tem a pedra sagrada
É uma pedra de jade
Que um dia foi abençoada
Pela própria Deusa do amor
Que certa vez me presenteou
Para qualquer uma jornada
Junte a pedra a uma flor
Quando o momento chegar
Ela lhe dará o poder
Que você vai precisar
Para derrotar o feiticeiro
Aquele ser embusteiro
Que vive ao mundo a maltratar
Mas tome bastante cuidado
E prestes bastante atenção
O anel de nada lhe valerá
No meio da escuridão
Onde a morte tem o poder
De formas maléficas reviver
Sem nenhuma ilusão
Edvaldo disse ao pai
Não vou lhe decepcionar
Vou empreender essa luta
E aquelas donzelas salvar
Pois nasci para vencer
E minha coroa merecer
Depois de com a princesa me casar
E pegou um cavalo possante
Saindo logo em seguida
Para o palácio do rei Sabino
Com a alma dividida
Entre aquela sua ilusão
E a família do coração
Que lhe dera a sua vida
Antes de sir sua mãe
Botou nele sua benção
E chorando lhe falou
Quando tiver na escuridão
Olhes bem para a luz
Que da lua cheia reluz
Para a sua salvação
Com dois dias de viagem
Edvaldo no palácio chegou
E com o rei Sabino
No salão se encontrou
E foi dizendo estou aqui
Para com carinho lhe assistir
Da forma que me chamou
Sou Edvaldo Ramalhês de Sá
Da vila de Odilon
Um pacato artesão
Para o qual os Deuses deram o Dom
E poder tocar meu violão
Usando meu coração
Sem jamais sair do tom
E estou disposto a sem rodeios
Ir aquela cidade buscar
A princesa e as outras jovens
Que por lá estão a chorar
Se eu não encontrar outra saída
Darei minha própria vida
Para aquelas jovens salvar
O rei olhou para Edvaldo
E sentiu sua pujança
Viu que o rapaz era valente
E um fil de esperança
Brilhou nos olhos da majestade
Que da filha sentia muitas saudades
E que estava em sua lembrança
O rei falou ao rapaz
Dizendo preste atenção
Se você com sua coragem
Mudar essa situação
Salvando a minha filha
Minha estrela que brilha
Mudarei sua razão
Além da mão de minha donzela
O novo rei desse reinado
Imediatamente você será
Nesse salão coroado
Porém se você falhar
Sua cabeça mando jogar
Para os abutres fazerem seu guisado
Edvaldo Ramalhês saiu
Na direção da cidade
Com sua espada na mão
Pedindo aos deuses caridade
Para aquelas jovens salvar
E com Mariana se casar
Pra sua felicidade
Porque no palácio
Um busto de Mariana ele viu
Seu coração disparou
Que quase aboca lhe saiu
O rapaz naquela ocasião
Ficou fervendo de paixão
Que falar não conseguiu
Mais tarde em Nebulon
Edvaldo chegou e foi observar
Tudo ali com cuidado
E o que estava a se passar
Viu os monstrinhos petrificados
Ficou bastante cismado
Olhando todo o lugar
E no arco da cidade
Ele tocou só pra ver
Se lá dentro alguma coisa
Poderia se mover
Viu os monstrinhos lhe olhando
Com os olhos vermelhos piscando
E procurou se deter
Lá dentro a pobre Mariana
Pedia aos deuses proteção
Junto com as onde donzelas
Que naquela ocasião
Estavam morrendo de medo
Daquele cheiro de azedo
Que era pura podridão
Quando a noite chegou
Lá Edvaldo tornou a voltar
E viu a bela Mariana
No jardim a reclamar
Chamou ela e falou
Para lhe salvar aqui estou
Precisamos conversar
Diga-me qual é o segredo
Que mantém você nesse lugar
Ela disse é esse amuleto
Que tem o poder de deixar
Os monstrinhos nesse estado
Totalmente petrificados
Sem se moverem do lugar
Mas se os pés nos botarmos
Pra fora desse portão
Seremos mortas com certeza
Sem nenhuma hesitação
Porque o poder desse objeto sagrado
Só tem poder se mantido
Aqui nessa posição
Edvaldo disse a ela
Deus está do nosso lado
Para salvá-las desse mal
É que aqui fui mandado
Por isso prestem atenção
Para a informação
Que dará bom resultado
Amanhã ao amanhecer
Vocês deixarão esse lugar
Porque é somente à noite
Que os monstrinhos vão acordar
Assim eu estarei preparado
Para destruir esses malvados
E com esse mal acabar
Assim como Edvaldo falou
A princesa atendeu
Preparou as onze moças
E logo que amanheceu
Saíram da cidade perdida
Sendo de perto seguidas
Por aquele corajoso plebeu
Ao chegarem no palácio
Foi grande a agitação
Todo mundo dava vivas
A coragem do leão
Que deu a princesa sua liberdade
Tirando-a daquela cidade
E do meio daquela assombração
A princesa depois de livre
E no palácio chegar
Correu e abraçou Edvaldo
E começou a lhe beijar
Dizendo meu salvador
A ti darei meu amor
Esse instrumento singular
E por ordem do rei Sabino
Ouve grande animação
Um ajuntamento de pompa
Ali no meio do salão
Comemorando a coragem
Daquele jovem de linhagem
Rebento daquela nação
No entanto com aquilo tudo
Edvaldo entusiasmado
Esqueceu-se completamente
Do que seu pai havia falado
Mas quando viu a escuridão
Sentiu no seu coração
Que tudo estava ferrado
E disse para a princesa
Dá-me aqui esse objeto
E tirou do dedo o anel
Juntando-o ao amuleto
E ali na sua frente
Viu surgir uma arma potente
Do cabo vermelho e preto
Era uma espada de luz
Um grande facho dourado
Flamejante como uma fogueira
Com um poder imortalizado
O rapaz com a arma na mão
Se viu igual um Sansão
Totalmente enlouquecido
Na mesma hora o feiticeiro
Adentrou o grande salão
Dizendo você mexeram
Com algo em extinção
Vão pagar com a própria vida
Por essa ação atrevida
E tamanha conspiração
E deu ordens aos monstrinhos
Para o jovem Edvaldo pegar
O rapaz com a espada
Fazia faísca voar
Pior que cavalo num rodeio
Cortava monstros ao meio
Não ligando pra azar
Mas quanto mais monstros ele matava
Mais via aparecer
Saindo não se sabe de onde
Pelo salão a correr
Até que alguém deu um grito
Dizendo anjo bendito
Venha a esse jovem socorrer
Na mesma hora a espada
Num fogaréu se transformou
E todos aqueles monstrinhos
No salão carvão virou
Ficando somente o feiticeiro
Que com olhar zombeteiro
Para o alto gargalhou
Dizendo você é bravo
E também muito valente
Mas isso era só o aperitivo
Que não possui aguardente
Agora você vai ver
O que de verdade vou fazer
Que o seu jeito demente
E num gigantesco leão
O feiticeiro se transformou
E para pegar o rapaz
Como um louco ele saltou
Edvaldo com a espada
Na mão direita empunhada
Pelo monstro esperou
O leão disse quero ver
Até onde você é valoroso
Pois agora você vai lutar
Com alguém muito perigoso
Sua cabeça vou arrancar
Para minha cama enfeitar
Pra ver que não sou tão bondoso
Mas Edvaldo era ligeiro
E um tremendo leão
O monstro botava nele
No meio do grande salão
O monstro fazia careta
Parecendo bigorna e marreta
Zoando igual um trovão
Até que a mesma voz
Outro grito fez ecoar
Dizendo o feiticeiro
Você precisa acertar
Quebrando sua bola de cristal
Pois assim acabará todo o mal
Que dele vive a emanar
Mariana percebeu
Um clarão alumiando
E pegou uma adaga
Naquele clarão jogando
Quando a esfera quebrou
O leão no chão tombou
Dessa forma assim falando
Você é mesmo um bufão
Que acha que é um guerreiro
Precisou ser ajudado
Por um ente tão primário
Uma jovem e uma fada
Que de forma desordenada
Derrubaram o feiticeiro
A fada apareceu
E disse corte-lhe a cabeça
Faça isso agora mesmo
Mantenhas bastante pressa
Se não ele torna a voltar
Ai você vai penar
Faça logo e me obedeça
Assim como a fada mandou
Edvaldo sem pestanejar
Meteu a espada no feiticeiro
Vendo sua cabeça rolar
O monstro deu uma explosão
Que infestou todo o salão
Deixando fumaça no ar
Depois do feiticeiro morto
E os monstrinhos despedaçados
Deram viva a coragem
Do valoroso Edvaldo
E o regente daquela nação
Fez a anunciação
Do que já era esperado
Disse o rei de hoje há um mês
Após a proclamação
Minha filha se casará
Com esse bravo rapagão
Darei meu consentimento
Para esse casamento
Que terá dos Deuses a benção
A fada disse a ele
Você provou ser valoroso
Mas quase que pereceu
Pra deixar de ser teimoso
Mas receba a minha benção
Aqui mesmo nesse salão
Como um homem vitorioso
Essa espada especial
Guarde de recordação
Se um dia precisar
Para entrar em ação
Basta apenas me chamar
Que venho para lhe ajudar
A acabar com as artimanhas do cão
Edvaldo disse ao rei
Tenho algo a fazer
Vou buscar meu velho pai
Que ainda vive a sofrer
O rei disse você com confiança
Devolveu a nosso reino a esperança
Faça o que tem que fazer
Dois dias depois Edvaldo
Vestido e fina plumagem
Chegou na casa do pai
Numa linda carruagem
Tendo ao seu lado Mariana
A flor que do solo emana
Parecendo uma miragem
E disse para o pai
Vim aqui pra te buscar
Venci o feiticeiro malvado
E logo irei ao altar
Com a minha doce amada
Essa bela e doce fada
Que comigo vai se casar
Depois de um mês no palácio
Deu-se um grande ajuntamento
Para prestigiarem os noivos
No seu feliz casamento
Mariana e Edvaldo
Um casal abençoado
Debaixo do firmamento
Findo aqui mais uma história
Do fundo do meu coração
Onde um homem de coragem
Venceu as armadilhas do cão
Para conquistar a felicidade
Depois de dar a liberdade
A uma flor em botão
O mal teve sua gloria
Mas no fim foi derrotado
Palas astúcias do bem
Que tem sempre praticado
Para não perder a questão
E no fim ter a redenção
E ser por Deus coroado.